Segundo escreve a Africa Intelligence na sua edição desta Sexta-feira (28.02), “apesar dos últimos pronunciamentos optimistas, a empresa francesa está despedindo centenas de funcionários baseados na área de Afungi, onde estarão localizados os seus futuros comboios de liquefacção.”
A decisão afecta centenas de trabalhadores principalmente num momento que as declarações do CEO da multinacional, Patrick Pouyanné eram optimistas sobre a retoma do projecto, uma vez que aguardam a decisão da Exim Bank para o investimento do mega-projecto que se estima que mobilize mais de 20 mil milhões de USD.
As razões por de trás da decisão ainda continuam ocultas, não se sabendo se em causa estão questões de segurança, uma vez que os ataques só neste ano aumentaram em mais 36% segundo estudo de especialistas securitários ou trata-se de questões meramente financeiras, tomando em conta que há dias o Presidente francês Emmanuel Macron esteve nos Estados Unidos de America (EUA) reunido com Donald Trump.
Lembre-se que no passado dia 05 de Fevereiro, Patrick Pouyanné, garantiu em conferência de imprensa, após a divulgação dos resultados trimestrais que o projecto de gás natural liquefeito (LNG) de Moçambique está recuperando o seu rumo, com a expectativa de importantes financiamentos serem confirmados nas próximas semanas.
Na ocasião, Pouyanné afirmou que o Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos (US EXIM BANK) deverá anunciar em breve o seu apoio ao projecto, enquanto outras agências de crédito à exportação devem concluir o processo de financiamento nos próximos meses.
O executivo destacou ainda que, apesar dos avanços, a segurança na província de Cabo Delgado “nunca será perfeita”, mas os esforços conjuntos entre Moçambique e países parceiros têm garantido melhorias significativas.
Estive recentemente em Moçambique, onde me reuni com o Presidente da República. O bom sinal é haver uma grande continuidade no que diz respeito ao equipamento de segurança e às lideranças envolvidas. O actual ministro da Energia já fazia parte das estruturas anteriores, assim como os ministros da Defesa e outros autores-chave. Isso demonstra uma vontade clara de dar continuidade aos projectos de energia”, disse Pouyanné.
O presidente da TotalEnergies afirmou que os acordos de segurança firmados entre Moçambique e os países da região continuarão em vigor. Segundo este, as condições de segurança na Península de Afungi, onde está localizado o projecto, melhoraram consideravelmente, permitindo a retoma dos trabalhos de construção. Contudo, reconheceu que a situação nas áreas mais distantes da península ainda requer atenção especial.
Sobre o financiamento, Pouyanné explicou que as negociações com diversas agências de crédito à exportação foram inicialmente complexas, mas avançaram positivamente. “Esperamos que o apoio do US EXIM seja confirmado em poucas semanas, o que é fundamental, já que representa uma parcela significativa do financiamento do projecto, quase 5 mil milhões de dólares”, afirmou.
Portanto, uma publicação da OilPrice.com avançou que pairam incertezas sobre o projecto da TotalEnergies em Afungi, uma vez que o caso da Moçambique LNG é complicado devido à situação de segurança naquela parte do país–e que os financiadores originais do projecto incluem governos pró-transição, como o de Keir Starmer na Grã-Bretanha. Esse governo está supostamente procurando maneiras de se livrar de sua obrigação de empréstimo para a Moçambique LNG porque sua agenda de transição não se encaixa mais com o projecto e, muito provavelmente, porque o dinheiro é finito e ele precisa de tudo o que puder encontrar para investir nessa agenda.
O Norte de Moçambique tem lutado para conter uma insurgência islâmica. Foi a razão pela qual a TotalEnergies colocou o projecto de GNL em espera em 2021. Agora, a situação está melhorando com a ajuda das autoridades ruandesas e das tropas ruandesas, financiadas pela União Europeia, que tem mais interesse no reinício do projecto
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