O presidente da Associação dos profissionais da saúde e Solidariedade de Moçambique (APSUM), disse que a decisão deve-se ao facto de os profissionais de saúde se sentirem ignorados no programa dos primeiros 100 dias de governação.
“Caso o próximo salário do mês de Março de 2025 venha sem concretização dos acordos e sem clareza naquilo que é o pagamento das horas extraordinárias, turnos, exclusividade, enquadramento definitivo e observância da nossa carta reivindicativa, nós iremos paralisar”, disse Anselmo Muchave, presidente da APSUM.
Muchave falava hoje, em Maputo durante a conferência de imprensa.
A APSUSM e o Governo tinham antes alcançado um acordo para resolver as reivindicações apontadas há dois anos pela associação, que entretanto, disse, não foram materializadas: “Não se verificou a intenção de melhorar a infraestrutura dos blocos operatórios, muito menos a disponibilização do material médico”.
Os profissionais de saúde reclamam também da falta de condições para o tratamento dos doentes como um grave problema.
“Os pacientes continuam sacrificando os seus valores recorrendo às farmácias. Laboratórios não têm reagentes, raio X sem chapa para a impressão e a comida é uma vergonha. 99% continuam a adquirir as suas refeições, pior para os profissionais de saúde que passam 24 horas nas unidades sanitárias sem nenhuma alimentação e sem as suas horas extraordinárias”.
Recorde-se que em Maio do ano passado, a associação anunciou que nos primeiros 2 dias de greve da classe, cerca de mil pacientes morreram por falta de cuidados de saúde.
O presidente da APSUSM apontou que os pagamentos de horas extraordinárias, igualmente anunciadas este ano pelo executivo, ainda não foram concretizados.
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