As Eleições na CTA: Será que o poder judicial tem força para parar Agostinho Vuma?

 

Os últimos dias têm sido agitados devido ao processo eleitoral na CTA, que tem gerado perplexidade na sociedade moçambicana pela sua falta de transparência. A forma como os empresários conduzem o processo é alarmante.

A comissão eleitoral se recusou a receber a candidatura do Sr. Álvaro Massingue, da Câmara de Comércio de Moçambique. Nem mesmo se fez presente no dia da submissão das candidaturas. Desde então, testemunhamos um espetáculo de irregularidades e desrespeito às instituições do Estado.

O Tribunal Judicial da Cidade de Maputo decretou uma providência cautelar, suspendendo a deliberação da CTA que aplicava um processo disciplinar ao Sr. Alvaro Massingue, tornando-o elegível para o processo eleitoral que se avizinha. No entanto, parece que na República de Moçambique, o poder judicial não pode com o Sr. Agostinho Vuma, que declarou publicamente que nenhum tribunal suspenderá a deliberação da CTA.

A CTA aproveitou-se de um erro de escrita na sentença para criar manobras dilatórias. Contudo, como bem referenciou um renomado jurista, o erro do ano de 2025 para 2017 não retira o valor da decisão. Nos termos da lei, o juiz pode a qualquer momento corrigir ou esclarecer a dúvida, sem afastar a obrigatoriedade do cumprimento da decisão.

É de arrepiar que, num Estado que se quer de Direito e democrático, tenhamos episódios como esse no seio de uma classe esclarecida como a dos empresários. 

Que precedente estamos a criar com essa postura? Quem colocará o guizo ao gato? Parece que a imunidade do Presidente da CTA, enquanto deputado da AR, é eterna e irrevogável.Este é um momento ímpar para o judiciário moçambicano se impor, devolvendo à sociedade a confiança e a credibilidade nos órgãos da justiça.

 Isso só se alcançará com o cumprimento da sentença. No caso da recusa por parte da CTA, o tribunal deve dissolver a comissão eleitoral e constituir uma comissão ad hoc, onde todos os interessados possam participar num processo eleitoral justo e transparente.

Como bem disse Platão, “A justiça consiste em fazer bem a si mesmo e aos outros.” É hora de refletirmos sobre o verdadeiro significado de justiça e lutarmos para que ela prevaleça em todas as esferas da nossa sociedade.

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