
Segundo os padrões da indústria, a LAM, com o apoio da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), emitiu uma Carta de Crédito Irrevogável no valor de 3,5 milhões de dólares, visando garantir o negócio e viabilizar a inspecção das aeronaves. No entanto, a Lion Aviation optou por não accionar a carta de crédito e, agindo de boa-fé, utilizou recursos próprios para assegurar a maioria das aeronaves, visando cumprir os prazos estabelecidos.
Apesar dos alertas da Lion Aviation, a LAM enviou uma delegação de mais de 12 pessoas à Europa antes do período apropriado para a realização das inspecções. Como resultado, a missão não encontrou nenhuma aeronave disponível, ocasionando desperdício de recursos e comprometendo o cronograma do projecto.
A Lion Aviation denúncia ainda sinais preocupantes de má-fé, incluindo alegada sabotagem interna na LAM e o uso de documentação possivelmente falsificada, levantando dúvidas sobre o real comprometimento da transportadora com a aquisição.
Actualmente, a maioria das aeronaves já está assegurada pela Lion Aviation, e a carta de crédito permanece activa. Entretanto, a empresa teme que os novos accionistas da LAM – HCB, Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e a Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE) – não estejam devidamente informados sobre a situação, o que pode comprometer a reputação do sector da aviação moçambicana.
A Lion Aviation apela, assim, à intervenção urgente das autoridades competentes para:
v Garantir a entrega das aeronaves já asseguradas ao país;
v Proteger a integridade do processo de contratação pública em Moçambique;
v Assegurar um caminho sustentável para a recuperação do sector aéreo nacional.
A empresa reafirma sua disposição em colaborar com o Governo moçambicano e conta com o apoio de parceiros internacionais de renome, incluindo a Ethiopian Airways, para apoiar a revitalização da LAM ou, em alternativa, criar uma nova transportadora nacional livre de passivos herdados.
Essa denúncia surge após o Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, ter dirigido críticas, em tom de profunda frustração, aos gestores da companhia aérea nacional.
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