O Centro de Integridade Pública (CIP) exige a revelação dos nomes, cargos e funções dos envolvidos em actos de corrupção na empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM).

 

O Centro de Integridade Pública (CIP) exige a revelação dos nomes, cargos e funções dos envolvidos em actos de corrupção na empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM).

O posicionamento do CIP surge após o Presidente da República, Daniel Chapo, ter denunciado, haver “raposas e corruptos” dentro da LAM, que possuem conflitos de interesse e que impediram a reestruturação da companhia de acordo com o previsto no plano dos primeiros 100 dias de governação.

“Uma das acções de impacto que havíamos previsto para estes 100 dias era a aquisição de três aeronaves para a LAM. Entretanto, descobrimos que interessa a algumas pessoas que a transportadora continue a alugar aviões, porque assim haverá quem ganhe comissões”, detalhou Chapo, sublinhando ter sido enviado um grupo de pessoas para a Europa, que ficaram 15 dias naquele continente, com o objectivo de inspeccionar novas aeronaves, mas as mesmas regressaram ao País sem resultados plausíveis.

Face a esta revelação, o CIP, numa análise publicada dias depois e assinada pelos investigadores Baltazar Fael e Ivan Maússe, entende que o discurso Presidente da República fica aquém das exigências de transparência e responsabilidade pública, pois “não basta denunciar a existência de corrupção, é preciso nomear os corruptores e os corrompidos”. “Falar sem actuar é perpectuar o esquema”, adverte o relatório do CIP.


“É fundamental que o Presidente da República diga ao povo quem são os actores envolvidos, que interesses representam, quais os cargos que ocupam e que acções estão a ser desencadeadas contra eles”, escreve o CIP, alertando que “sem essa verdade inteira, não há ruptura com o passado”.

Para o CIP, a falta de relevância destes detalhes levanta outros questionamentos, como seja de se tratar de uma “manobra para justificar o insucesso por parte do Governo em cumprir com as suas obrigações nos termos do plano traçado para os primeiros 100 dias de governação”.

“No País, promessas de operacionalização de reformas com vista a combater a corrupção que, posteriormente, resultaram em mero discurso político, não são novas”, lembrou a ONG, assinalando que em nome da transparência e da comunicabilidade, princípios segundos os quais Chapo prometeu que se guiaria no seu Governo, “deve relevar os envolvidos nos casos de corrupção da empresa, o número de processos abertos contra os mesmos e indicar o plano de acção do Governo em relação à LAM para os próximos dias visando a aquisição das aeronaves, evitando que a empresa e os seus utentes continuem a somar prejuízos financeiros e outros”.

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