Segundo Viegas, a letargia operacional da LAM teve seu início a partir de quando o Governo passou a interferir na gestão dos problemas da empresa através do Ministro do sector de transportes e do Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE).
“Em 24 na LAM, não tinhas interferências nem do Ministro e nem do PCA do IGEPE. Aliás, só via o IGEPE nas Assembleias Gerais dos accionaistas, e o Ministro quando eram os conselhos consultivos e coordenadores. De resto… Nem via o Ministro a ter de justificar coisas da empresa que eu dirigia. Eu aparecia muitas vezes como figura pública a defender a empresa e a dar mão à palmatória quando falhávamos. E, por isso não havia interferência” disse, em entrevista ao MBC.
Ele vincou que, do seu ponto de vista “a interferência na gestão da empresa é o que impede o seu crescimento. A muitas pessoas a querer intervir e mandar. Chegou um momento em que o PCA da LAM era o PCA do IGEPE, e tinha um Director Geral. Havia um momento em que era só eu a mandar na empresa e depois havia dois galos a mandar na capoeira, portanto, um PCA e um Administrador Delegado”.
Além dessa intromissão do Executivo, o antigo PCA apontou a falta de rigor na contratação das figuras que formam os novos corpos directivos. Referiu tratar-se de uma violação do plano de sucessão já previsto na LAM dadas exigências do sector da aviação.
“O processo de sucessão na LAM já estava desenhado, como eu o fiz nos aeroportos. Mas optaram por outras opções. E foram as várias e sucessiva administrações que têm passado pela LAM, com pouco perfil da indústria. Esta é uma indústria um bocado específica… e realmente perdeu-se, incluindo o fio da história” disse, notando que apesar disso, a empresa continua com ruma réstia do perfil necessário.
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