Depois de quase quatro anos suspenso devido à insegurança provocada por ataques armados no Norte de Moçambique, o mega-projecto de Gás Natural Liquefeito (GNL) da TotalEnergies está oficialmente de regresso. Avaliado em 20 mil milhões de dólares, o empreendimento situado na província de Cabo Delgado será retomado a partir de meados de 2025, com previsão de produção comercial para o ano de 2029.A retoma foi confirmada pelo CEO da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, que destacou os avanços significativos na área da segurança, fruto do destacamento de cerca de 4.000 militares do Ruanda em cooperação com as forças armadas moçambicanas.
O relançamento do projecto também foi viabilizado por avanços no campo financeiro, nomeadamente o descongelamento de um empréstimo estratégico de 4,7 mil milhões de dólares pelo Banco de Exportação e Importação dos EUA. Agências de crédito à exportação do Reino Unido e da Holanda também reforçaram o financiamento, garantindo uma estrutura sólida para o desenvolvimento de um dos maiores projectos de GNL do continente africano.Numa primeira fase, a instalação deverá exportar 12,8 milhões de toneladas de GNL por ano, sobretudo para mercados na Ásia, consolidando Moçambique como uma nova força emergente na geopolítica do gás natural. Analistas acreditam que esta retoma poderá abrir caminho para que outros projectos, como o da ExxonMobil, avancem na região.
Mais do que um avanço energético, o sucesso desta iniciativa representa uma esperança concreta para o crescimento económico de Moçambique e para a diversificação das fontes globais de energia, num cenário mundial cada vez mais atento à segurança energética.
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